terça-feira, 30 de março de 2010

Versos não ditos (ou ditos na hora errada) I

Folha de seda verde-azul

Lua de Vênus, cartas na manga
mangas tiradas da bananeira
Corda de ouro, concha de areia
rosa-fruta-flor voa em pó
Brisa suave, nuvem chicoteia
dois sóis no céu cantam em dó
E a menina de asas? Sonha...
.

sábado, 27 de março de 2010

a Arte nos libertará!

Hoje, dia 27 de março, é o dia Internacional do Teatro e do Circo. A todos os colegas, parceiros, amigos, mestres, 'ídolos', só posso dizer uma coisa: merda sempre!



"Penso que passo,
que piso, que fujo,
Ao passo que fujo
pensando em pisar
Penso e repasso o
que penso da fuga
Nada, nada, repito em voz baixa,
roubando Adélia,
o Teatro nos libertará!"

(autor desconhecido)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Para alguém, de presente.

Livre e leve. Voa saltitante; pétala solta à brisa-verão. Cabe tudo em sete versos? 30 espaços? Fonte Verdana? Tamanho 11? Que caiba pelo menos a intenção... Da rima, tesouro e paixão. Do arco-íris de estrelas cadentes. Da música suave e forte ao piano. Do sorriso dele, que pego inocente. Da flor cultivada em nuvem de outono. Que caiba pelo menos o meu coração.


Só ele, e nada mais.
Esse coração de palhaça.

terça-feira, 23 de março de 2010

por dentro das reticências...


Eu gosto dos risos contidos, exprimidos e retidos, que no fim (...) não conseguem se conter. Gosto do olhar, do canto dos olhos, desviado, disfarçado, fugido, que no fim (...) não consegue se esconder. Eu gosto das mãos esbarradas, tímidas, risonhas e trôpegas, que no fim (...) não conseguem se mover. De tudo isso. O que eu mais gosto. São os encontros e desencontros que no fim (...) vão se resolver.

(...no fim da linha, do fio,
da lembrança.
Do pensamento.
No fim das reticências,
por DENTRO das reticências,
parênteses precários,
tudo pode acontecer...!
E é por isso que planto as
sementes.
Espero as flores do mês de abril...
a temporada!
Chuva de cores e laços,
de fita amarelo-azul.
Um viva ao Rei-vento, o Poeta-trovão!
E a todos vocês,
queridos passageiros,
minhas caras boas vindas,
À estação reformada de Vênus.
Boa viagem;
apertem os cintos;
sigam as cadências febris;
aqui fala, da estação-mor, a Maquinista do tempo
tempo-espaço aqui-agora
onde Reina o meu Príncipe-Poeta...)


sexta-feira, 19 de março de 2010

Revirando tralhas...

... descartando os cacos. Desgarrando do que passou. Arrumando as pétalas vivas. Revirando as gavetas. Limpando o espelho quebrado. Meu baú de memórias. Contando estrelas da noite passada. Retomando o caminho perdido. Recuperando a essência do nome. Regando as plantas. Refazendo as malas. Preparando o coração. Cultivando... amor! Gerundiando o agora. ("Agora? Já passou...") O que está por vir... mas não quero pensar, não penso! Deixo ao meu Poeta preferido... que escreva o que lhe convir! Eu só sigo as Tuas letras...



"Sim, eu acredito na força do TEATRO! Sim, eu acredito na força da ARTE! Sim, eu acredito na força da POESIA! Eu acredito, sonho, crio e recrio. Eu vôo, pulo, salto e me atiro. Jogo, apelo, não brigo e engulo. Respiro, esqueço e faço tudo de novo. E de novo... E de novo... E DE NOVO! Estou saindo do meu canto de conforto, e indo pra zona de risco. Talvez esteja no fundo do po....

...talvez seja só o início!"



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A foto e o texto (de baixo) compuseram um trabalho
que fiz na facul, em 2009, onde eu 'falava' da minha trajetória Teatral.

segunda-feira, 15 de março de 2010

'As era do universo passa, e o hômi que ama fica'

Um trechinho da mini-série 'Hoje é dia de Maria', onde o palhaço/poeta Quirino, de uma trupe de saltimbancos na qual Maria se juntou, declama um poema...


"E há de permanecer a fé, a esperança e o amor.
Porém dos três, o maior destes é o amor!" (I Co 13:13)


Só isso. Tudo isso. Reburbulha. Me preenche!

quarta-feira, 10 de março de 2010

conforme as Imagens*


E a paisagem descia macia, da ponta dos meus dedos trêmulos à folha de papel recém-cortada da raiz-árvore-mãe. E a cada movimento de lábios, e piscar de olhos, novas montanhas, flores e pássaros surgiam na letra desenhada em folha de seda verde-azul. Girassóis cata-ventos de cêra, e beija-flores de giz. No tempo espaço aqui-agora, e nada mais que água e ar. Nada além de terra e céu. Nada mais forte que as mãos dadas e a melodia fina da flauta-lisa - que acabei de inventar. Tudo isso pra quê? Por quê? E como?

Pra que eu respirasse. Porque a vida florescia. Como eu sonhava.
E eu não queria ficar pra trás. Não poderia.

*

sábado, 6 de março de 2010

da Estante para a Vida (real?)


A face que encoberta a face,
que dá outra vida,
outro corpo, outra alma,
outros olhos...

O jeito que transforma os jeitos,
modifica as vozes,
os 'tiques', os passos,
as solidões...

A pele que adere a máscara,
que encoberta a face,
que transforma os jeitos,
que dá vida a novos seres.

Pensantes. Pensáveis. Pensadores...
Bonecos pulsantes caminhando
alados, em meio a carros, cores, gestos,
Cenas. Coxias. Cortinas. Atos.

Flutuando... Amando... Atuando...
Em Meio a Vida. Em Meio de Vida. Em Vida sem Meio.


(Decorando rostos, criando vida...)


(Na foto acima, meu primeiro trabalho com Máscaras e gesso, mais fotitas e detalhes no meu outro blog onde exponho meus 'trabalhos': www.atelie-bailarina.blogspot.com)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Cortina de retalhos.


Quero uma escada. Mas não uma qualquer, quero uma escada grande... BEM grande. Gigante, eu diria. E mágica, pra que passe pela minha janela. Que me leve até a Lua. Mas não essa Lua sem graça dos jornais, cinza, esburacada, sem-vida... Quero chegar à MINHA lua, a Lua que aprendi, que sonhei, admirei, que chorei, que foi minha Rainha-confidente-fiel. A Lua dos coelhinhos. A Lua amarela brilhante com formato de queijo, que vez ou outra pisca sorridente pra mim, que guarda segredos, exala mistério, inspira os amores febris. E, chegando lá, na minha Lua, não vou precisar de aparelhos, roupas estranhas, oxigênio ou comida artificial. Só uma rede de caçar-borboletas, que é pra eu pegar minha estrela-cadente. O que eu pediria? Bem, só que remendasse meus retalhos...


... e minha vida!

terça-feira, 2 de março de 2010

[In]quieta.


E se... de repente,

O meu quarto virasse de ponta cabeça?
O mundo resolvesse girar pro outro lado?
A lei da gravidade começasse a nos expulsar da Terra?
E a inércia nos cortasse violentamente o movimento?

E se... de repente,

O corpo em repouso se libertasse em gestos fortes?
A velocidade média se calculasse sem a medida do tempo?
Murphy aconselhasse as pessoas a serem otimistas?
As lâmpadas soltassem o escuro pra abafar o brilho da noite?

E se... de repente,

Não existisse tpm, cólicas mentruais ou dores de parto?
Os homens não pensassem nas curvas femininas?
O número PI fosse exatamente 4.0?
Eu tivesse o poder de acabar com todas as leis da física?

E se... de repente,

Tudo isso já não tivesse acontecido?
E a minha escrita não passasse de borracha?
E minhas letras de sabão em pó barato?
Então meu desafeto (des)ilusório, em amor se converteria?

E se... de repente,

Todos olhassem e vissem através de mim?
E só importasse o meu coração? [...]
E as aparências fossem detalhes genéticos desapercebidos?
E então a moda seria o silêncio e a meditação?

E se... de repente [...]

Você quisesse mesmo resolver a equação gramatical de Vênus?
Bem, nesse caso, e só nesse... eu abriria uma concessão,
E cederia à ordem natural das coisas.
Voltaria ao tempo em que nada era cadente.

Até lá, melhor dormir...
Boa noite!