sábado, 25 de julho de 2009

Florela II

No dia 30 de abril de 2009 eu dei a menina (Ela.. a Florela). Não vendi ou a abandonei nos lixos como muitos fazem. Eu nunca teria essa coragem, mesmo porque ela era preciosa demais pra mim pra que eu cometesse uma atrocidade dessas. Eu que a apanhei nas ruas, estava jogada num jardim qualquer, aonde mesmo tinha nascido. Então a retirei e levei pra casa. Dei-lhe um cantinho pra ficar em um dos meus livros mais preciosos. A acolhi e lhe dei todo o meu amor. Mas chegou um dia. Um dia aparentemente normal, se não fosse pelo mau humor excessivo e minha chateação com ele (que ainda não entendia dos meus amores e desamores). Como eu já disse, 30 de abril de 2009, o dia que sacrifiquei (por um bem maior, que fique bem claro) e ao mesmo tempo libertei minha menina. Tinha-a esquecido dentro da minha bolsa e acabei por levá-la comigo no meu caminhar vazio, então ele apareceu, forte e indiferente como sempre. Eu não sabia o que fazer ou falar, então, quando abri a bolsa e vi Florela, não tive outra saída, era a única coisa que podia fazer ou oferecer, a entreguei nas mãos dele. E com ela, foi junto minha alma. Porque nela estava meu tesouro, minha verdade escondida, eu e ela tínhamos a mesma essência, o mesmo cheiro, o mesmo sopro de vida, o mesmo coração. Percebi então que eu era a menina, e que agora eu já não mais me pertencia. Então ele nos guardou em sua bolsa, um pouco impressionado e surpreso com essa atitude repentina. A dívida estava paga, o preço estava pago, o jogo estava aberto e as pétalas na mesa. E quando ele descobriu nosso segredo (meu e de Florela), nossas vidas não foram as mesmas. Mas isso já são folhas pra outras histórias, que só as borboletas vão saber.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Desajustada


Deu a louca no meu relógio biológico:

Passo os dias e tardes
sonhando,
E as noites acordada
pensando...

Chamem um técnico, por favor!

domingo, 12 de julho de 2009

Enfim, voar!

"E um coro de astronautas,
de anjos
e crianças,
bailando ao meu redor,
me chamam:
- Vem voar!
(...)
E de tão livre, chorarei!"


(adapt. Balada para um louco - Moacyr Franco)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Pessoas. Do dia 06 de julho de 2009.

Na fila do banco um senhor de cabelo branco, capacete côco (aqueles de motoqueiros de estrada, meio punk) e um sapato mocassim marrom claro. Ele esperava pra fazer um depósito. 'Esses capacetes são proibidos'... (pensei). 'Talvez ele usasse só como um chapéu, afinal, não o tirou da cabeça pra entrar na fila, mas se bem que não combina muito com os sapatos'... (pensei de novo). Até que ele estava estiloso. Acho que ia para um racha depois do depósito.

No restaurante universitário um carinha passa com o bandeijão de comida na minha frente, camisa de time de futebol com as cores do 'Tabajara Futebol Clube', atrás não tinha nome, só o número e uma escrita assim: 'SUA MÃE F.C.'. 'Deve ser algum xingamento'... (pensei) Me senti meio inocente por não entender a piada. 'Porque deve ser uma piada'... (pensei de novo). Até que ele não me é estranho. Acho que estava com pressa.

Na cena das meninas encarceradas de roupas íntimas, os pedreiros da construção a frente param para olhar. Um comenta: 'assim eu até paro o meu trabalho!'. Usavam roupas de trabalho, botas de borracha e capacete de segurança. 'Os pedreiros são todos iguais'... (pensei). 'As meninas fizeram o dia deles'... (pensei de novo). Até que estavam bem concentrados na performance. Acho que a partir de agora eles vão se interessar mais por arte.

Na loja de sapatos dei em cima de um vendedor careca com uma roupa preta, pra ver se fazia um preço mais bacana. Roubei o celular do caixa quando foi pro estoque com o vendedor. Voltaram com um tênis branco enorme, quando eu tinha pedido um scarpin preto, levei o tênis. Fui premiada com um bonequinho do mascote da loja como a cliente número 5000! 'Queria era ter ganhado o caixa. Como ele é lindo!' (pensei) 'Pena ser antipático e eu já ter dado em cima do vendedor...' (pensei de novo). Até que a loja não era das piores. Acho que estavam com crise financeira.

Na reunião de noite aparece uma extraterrestre, com uma calça larga cinza, blusa preta e meia colorida. Tinha um andar muito estranho, e uma gosma rosa metálica insistia em tentar sair da sua barriga. 'Isso não pode ser da minha família'... (pensei) Disse que se chamava Diana. 'Uma extraterrestre chamada Diana.. puutz'... (pensei de novo). Até que ela era bem normalzinha para uma ET. Acho que estava tentando se disfarçar de gente para abduzir alguém.

Na frente do computador, enquanto escrevo esse texto, uso um short xadrez, uma camiseta branca escrita 'Hospital do Câncer, tem meu patrocínio' e uma piranha verde-musgo prendendo o cabelo. Minha boca tem gosto de café misturado com atroveran gotas. 'Isso de que tampar o nariz tira o gosto não adianta nada, a gente destampa e o gosto vem, graande coisa'... (penso) 'Eu devia estar fazendo o portfólio do PIPE ou o artigo da Renata... ou os dois!' (penso de novo). Até que o texto tá ficando bacana. Acho que ninguém vai acreditar que tudo isso é verdade.

Mas... quem sabe, entende!

Pessoas. (porque cada uma que passa por nós tem uma história, um amor e um desamor, um medo e uma coragem que não se sabe de onde sai nas horas de desespero, uma fé e um ateísmo, uma vitória merecida e uma derrota que nunca irá esquecer, uma preocupação que lhe tira o sono e uma paixão que lhe tira o chão, um sonho de criança e uma desilusão de adulto. Passam por nós com toda essa carga, com toda essa vida e história, pedindo socorro, oferecendo ajuda, pedindo abraço e renegando carinho. Passa... E a gente nem vê!)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ninfas e ornitorrincos

Quem trouxe roupa pode colocar./Acompanhe a bola com o olhar até parar./Parou, olha pro público e pega a bola./É simples./ Use a dor da pisada no pé!/Vocês agora são ninfas dançando, pensem naqueles filmes de fadinhas infantis (Xuxa e os doendes? Nooooo)/E, de repente, essas ninfas saem do balé clássico e começam a dançar no estilo 'É o tchan'/Estão enlouquecidas, cara de ornitorrinco no cio (Puutz, ornitorrinco no cio? Ôoo criatividade)./Quero que venham de borboleta, vamos levar pro 3Q./O mais difícil é descobrir a lógica do palhaço./Ela determinará a roupa e o jeito de agir./Fiquei lembrando da música do Engenheiros... 'qual é a lógica do sistemaa...', nada a ver!/Pare de frente ao espelho e se examine, explore suas estranhezas, é ótimo que seja estranho./Quem não o é fica dependente de maquiagem (questão: maquiagem vicia?)/Paródia também está no cômico mas não é do clown./A questão é que riam de você, e não de uma primeira referência./ Então... férias? - Daqui sim./ Segunda fechamos com as cenas./Pulga atrás da orelha: onde será que essa tal de lógica escondeu pra que eu ache?/


Meu bem, desculpa te plagiar de novo!
(Quem sabe sabe... entende!)