quinta-feira, 30 de abril de 2009

Florela


A menina

Escondia um perfume
Escondia um amor
Escondia uma verdade
(que ainda nem sabia se verdade mesmo era)

Escondida se encontrava
Mas assim que foi achada

Seu cheiro de novo exalou
Seu amor se despertou
Sua verdade descobriu

Agora não mais sozinha
Lá vai caminhando Florela

Perfumando
Amando
E descobrindo!


A corajosa criança não tem medo
de, no caminho, perder algumas pétalas...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Canção de Papelão

(Quem sabe, entende!)
.


"Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
O menino pegou
um olhar de pássaro -
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual
como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
Pedra não era ainda a palavra pedra.
E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar as pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
E, se quisesse caber em uma abelha,
era só abrir a palavra abelha
e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua."




Poema: "Canção do Ver" de Manoel Barros
Foto: "Pássaro de Papelão" de Alfredo Volpi

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Expressão Corporal 16/04

Hoje eu descobri que...

... a música me atrapalha, (o ritmo sempre me tira o foco!),
e que a tal da báscula é muito mais complicada do que imaginava.

... a projeção da minha perna pra cima é um fracasso,
embora eu ainda acredite que vou encostar no céu.

... a idéia de densidade me ajuda a definir os meus movimentos.
(é só me colocar numa areia movediça.. e 'meus problemas se acabaram!')

... o movimento da minha escápula fica mais perceptível quando meus ísquios apontam pra baixo
e também que o meu sacro pode parecer um bebê numa gangorra. (ele faz esse movimento! Sinistro né?!)

... que o meu quadrilátero (sim, eu tenho um e vc também!) desalinhado só dá dor de cabeça,
mas que eu posso dobrá-lo, esticá-lo e torcê-lo o quanto quiser.

... que para se ter um bom resultado no final das aulas
não é preciso necessariamente fazer uma boa viagem.

Hoje eu resolvi tirar um raio-x do meu cóccix!


- Quem sabe, entende!

Um desconhecido

Uma escada,
uma luz que cobria os primeiros degraus,
e uma escuridão que seguia pelos outros.

Um cheiro de curiosidade no ar,
uma tentação maior que a força e que o bom senso,
e uma coragem vinda de não sei onde.

Um longo corredor escuro e abafado,
um pedestal que quase derrubei no caminho,
e um mistério no ar.

Um passo de cada vez,
um vacilo e uma quase desistência,
uma vontade maior que o medo.

Um salão enorme,
um escuro, um vazio, um frio cortante,
e um coração a mil.

Uma liberdade contida,
um outro pedestal, uns objetos em cima,
uma vela e um fósforo.

Um suspiro de adrenalina,
uma luz e...

TRABALHEM AGORA COM O CONTRÁRIO DO QUE ESTAVAM PENSANDO!

Droga. (pensei)
Não deu tempo de ver o que tinha lá!
(pausa pra pensar)


Um passo firme,
uma praça pública
e um rumo definido...

Lá vou eu de novo...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Grito


((Porque chega uma hora que a gente explode.))

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Bailarina


Bailarina
sem porta-jóia,
sem porta-caneta,
sem porta-papel.
Sem sapatilha,
sem saia rodada,
sem coque e sem mel!

Bailarina
sem Soldado-de-Chumbo...


..."só a Bailarina que não tem!"