sexta-feira, 21 de outubro de 2011

cidade (in)visível.

'Uma cidade santa. Suas muralhas são feitas de pedras preciosas e há doze portas que são doze pérolas. Ela vem descida do céu como noiva adornada para o seu noivo. Não há sol, nem lua pra lhe darem claridade, pois a glória de Deus a ilumina. No centro da cidade há uma praça feita de ouro puro, por onde passa o rio da água da vida, transparente como cristal; no meio da praça há a árvore da vida, que produz doze frutos, um a cada mês do ano, as folhas da árvore são usadas para a cura dos povos. Na cidade, nada entrará de contaminado, nem de abominável ou mentiroso. Não mais haverá maldição.' Vazio é o que sobra quando se perde a fé. A minha cidade existe...!


- partes de texto extraídas de Apocalipse 21.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

inquietações de um dia vazio.


Vazio é um parênteses sem nada dentro.
É o que me sobra se eu perco a fé.
Vazio é o espaço não preenchido, os espaços internos.
O que sobra e o que falta quando você enche a casa de móveis.
Vazio é quando você sente fome, abre a geladeira e percebe
que está na hora de fazer compras.
É quando você não sabe o que dizer, ou simplesmente não tem
palavras pra falar ou explicar algo.
Pode ser um estado de 'sei lá o que me perpassa', de um altismo
poético, ou de devaneios que floreiam os pensamentos como
as brisas no verão, ou nos cataventos da Cidade dos Girassóis.
Vazio é quando você esquece o nome das pessoas, onde estão
as chaves de casa, onde deixou a carteira com os documentos
ou qual é o seu próprio número de celular.
Isso não de se lembrar, vazio.
Vazio é quando você reencontra um velho amigo de infância
e descobre que vocês não tem mais nada em comum.
E fica o vazio dos olhares constragidos sem saber o que dizer.
Vazio é quando você chega sozinho em casa
depois de um dia cheio de pessoas e prepara a mesa de jantar
só pra você.
Vazio é o que eu mais sinto no meio das cidades grandes,
e o que mais se sentia ali.