terça-feira, 29 de março de 2011

Auto de Varal

Fotos super atrasadas do 'Auto de Varal', peça apresentada pelo grupo Teatro no Mi em dezembro de 2010, nas praças de Uberlândia - MG. =)

Pega, Lucas, pega!

Kamehame-há.

José e Maria na estrebaria. (rimou! :P)

Grupo Teatro no Mi

sábado, 26 de março de 2011

Protocolo de Jogos Teatrais

Diário de bordo de uma pseudo-atriz-jogadora em crise.
Dos diferentes significados da palavra jogar.

(sobre escada, vendas, fuxicos e nariz de palhaça. sobre Florela)

Jogo... Divertimento, exercício*. Mas exercício do que? Posso dizer que exercício é uma prática... Daí teríamos Práticas Teatrais...? Mas isso não resolveria a história do ‘aplicados’. Ah, deixa pra lá. Voltemos aos jogos. Jogo... Exercício ou passatempo entre duas ou mais pessoas das quais uma ganha, e a outra, ou as outras, perdem. Perder? Nananinanão. Nada disso. A gente não perde, a gente desaponta expectativas. Ignorem essa definição ai. Não... Mas posso concordar que o jogo acontece quando há mais de uma pessoa. Mas espera. Tinha aquele jogo da bola na parede que eu brincava sozinha em casa... E se eu for fazer um monólogo não tem jogo? O André lá com os objetos no protocolo dele, era jogo! Bom, então posso colocar ai o jogo com a platéia, com os objetos cênicos, com a iluminação e com a própria cena. Ou isso é relação e não jogo? Mas o jogo não se encontra na relação? Então no fim das contas vai dar no mesmo. Pausa. Respira, Letícia, pensa... 'Pode-se dizer que jogo é o que se faz, é o que acontece quando... Se joga'. (risos) Mas o que é jogar mesmo? Vamos lá. Jogar: Manejar com destreza. Essa eu vou cortar também. Afinal, se você não tem destreza não joga? Como assim? Porque o lugar do jogo é justamente o lugar de risco, onde não cabe a destreza posto que é imprevisível pra quem se encontra lá, você não sabe o que vai acontecer quando se coloca em jogo. Existem artifícios sim que você cria consciente e inconscientemente pra se sair bem no jogo, digamos que algumas cartas na manga. Mas nunca se sabe quando vai funcionar ou não... descartada! Jogar... Aventurar... Agora sim. Aventurar sim, me parece um correspondente à altura. O teatro em si é uma grande aventura. Jogar nada mais poderia ser então, do que se lançar dentro dela... Essa eu gostei, vai pro meu mural. Arremessar... Arremessar também não deixa de ser um pouco disso. Você lança, você dá, e nunca sabe o que vai voltar, como vai voltar e SE vai voltar.. O ioiô da Maria Bonita... O texto da Talita, você dá um estímulo e pá – pode sair qualquer coisa dali, você arremessa... Gostei também. Brincar... O ‘brincar’ me trás uma coisa da inocência, da criança mesmo, da espontaneidade, aquele momento quase mágico em que você esquece de tudo na sua vida e simplesmente... Brinca. Como os marinheiros da Europa-pá... E o ‘brincar’ pra mim ainda vai além, me trás aquele brilhinho no olho de quando a gente vê alguém realmente se divertindo no palco. Sem medo de ser feliz.... Coisa mais delícia! E por último e não menos importante... Dar-se ao jogo... E aqui trato de um ponto que pra mim é o mais difícil e mais fundamental no teatro e no jogo – a doação, a entrega, a oferenda. Aquilo de você não ter reservas, você se dá e pronto. Daí eu já lembro do clown do Narciso, você tem isso pra oferecer pro mundo então você oferece e ...


'Eu vim pra me dar pro jogo.
Sem reservas, sem medo
do ridículo.
De olhos vendados,
eu me dou pra vocês!'

*Todas as palavras destacadas em itálico são definições retiradas do dicionário online de língua portuguesa Priberam

quarta-feira, 23 de março de 2011

um pouco das lágrimas... de quem?

Tantos passos. Rumos. Caminhos. A gente sempre acha que está escolhendo o melhor. E escolhe mesmo, por acreditar. 'Ninguém foge do seu destino'. A verdade é que não acredito em nada disso. Mas acho poético. E por isso escrevi. Acredito em Deus. E que Ele é amor. Procuro, então, o que há de sagrado e que me aproxima dessa porção divina. 'Caminhando entre as ruas que cheiravam a jasmim'. Se me recordo bem, começava assim a história. Da moça. Do furacão. Do amor impossível e blá blá blá. Tudo isso não existe, afinal? E quem foi que esqueceu de me avisar? Deixa.. O senhor de óculos no ônibus de hoje me parecia tão triste que não soube o que falar. Queria ter tido na mão uma flor. Aliás, a gente sempre devia andar floreado, que nunca se sabe quando alguém ao seu lado carece de perfume. Não consigo deixar de pensar no quanto é injusto que me venha procurar agora. Logo agora? Que já passou o tempo de cuidar de mim? De nós? De tudo? O agora passou! E nessa bagunça, eu acabei ficando perdida no tempo. Um anjo que me resgatou. De cabelos cacheados. (ah, se eu tivesse cachinhos!) Mas o caso é que a 'fusaca' foi tamanha, que mesmo resgatada, ficou a sensação de dano. A vontade era fazer o barraco com direito a puxão de cabelo, olho roxo e unha quebrada. Que é pra ninguém dizer que eu não briguei. Estúpida e ridiculamente me abstenho. Finjo que não tô aí. Mas eu tô. Vou guardando os caquinhos como se fosse mais fácil assim. Mas o apego ao passado empaca o presente. Por isso decidi jogar pela janela o que restou do nosso arco-íris. Decidi. Tá decidido. Só que ainda me falta a coragem... Pulando pro palco um segundo de poesia. Coisa mais delícia. Me é certeiro, aquilo das lágrimas e dos sorrisos, de Heráclito e de... como era mesmo o nome? Não é o importante. E dane-se o acerto com o texto. Deu vontade de pintar de novo. E de estudar mais filosofia. E é aí que a porra-da (risos e homenagem à professora-atriz) do teatro acontece. Quando o artista - enfim - consegue bater direto no coração da gente, assim mesmo, sem nem pedir licença. Entra lá e esmaga, pisoteia. E você volta pra casa sem ar. Sem chão. Ou melhor. Triste. Ironicamente sem saber se ri ou se chora. Daí em seguida você se depara com aquelas mesmas mediocrices de antes do espetáculo começar. E percebe que o mundo lá fora continua igual. Será que só você mudou? Naquela mísera fracção de tempo? E aquele segundo mágico - puft! Passou? Sim. Passou! Como o romance da sua vida... Isso. Aquele mesmo. Que durou seis meses. E nada mais. Mesmo. Nada mais a dizer. Só um '- Acorda, Letícia!' É foda.


[Senhor, me dá paciência. Me dá muito amor e uma pontinha de paz. Agora senta cá ao meu lado. Senta?! Fica comigo?! Porque sozinha... Bem, sozinha eu não consigo.]

sábado, 12 de março de 2011

Descanso.


Quando você tem tanto pra dizer que mal sabe por onde começar. Mas começo.

Na verdade. Agora. Recomeço.

O que há de renovado veio do fogo. Como fênix das cinzas. A falsa sensação de liberdade de tudo aquilo que na verdade só te machuca por dentro (e por fora). Tal qual câncer mal curado.

Agora tudo queimado. Soprado. Levado. Um mar de esquecimento.

O que há de poesia veio do céu. Como águia do ninho. A maravilhosa sensação de maresia, de tudo aquilo que te acalma por dentro (e por fora). Tal qual colo de mãe.

Agora tudo nascido. Abraçado. Voado. Uma floresta de vastidão.

O que há de amor veio da tempestade. Como rio que transborda. A incrível sensação de medo, de tudo aquilo que te apavora e excita - ao mesmo tempo - por dentro (e por fora). Tal qual criança na expectativa do tão esperado presente.

Na verdade. Agora. Revivo.

Quando você tem tanto pra dizer que não sabe como terminar. E não termino.


"Tudo tem o seu tempo determinado,
e há tempo para todo o propósito debaixo do céu." Ec 3:1