quarta-feira, 23 de março de 2011

um pouco das lágrimas... de quem?

Tantos passos. Rumos. Caminhos. A gente sempre acha que está escolhendo o melhor. E escolhe mesmo, por acreditar. 'Ninguém foge do seu destino'. A verdade é que não acredito em nada disso. Mas acho poético. E por isso escrevi. Acredito em Deus. E que Ele é amor. Procuro, então, o que há de sagrado e que me aproxima dessa porção divina. 'Caminhando entre as ruas que cheiravam a jasmim'. Se me recordo bem, começava assim a história. Da moça. Do furacão. Do amor impossível e blá blá blá. Tudo isso não existe, afinal? E quem foi que esqueceu de me avisar? Deixa.. O senhor de óculos no ônibus de hoje me parecia tão triste que não soube o que falar. Queria ter tido na mão uma flor. Aliás, a gente sempre devia andar floreado, que nunca se sabe quando alguém ao seu lado carece de perfume. Não consigo deixar de pensar no quanto é injusto que me venha procurar agora. Logo agora? Que já passou o tempo de cuidar de mim? De nós? De tudo? O agora passou! E nessa bagunça, eu acabei ficando perdida no tempo. Um anjo que me resgatou. De cabelos cacheados. (ah, se eu tivesse cachinhos!) Mas o caso é que a 'fusaca' foi tamanha, que mesmo resgatada, ficou a sensação de dano. A vontade era fazer o barraco com direito a puxão de cabelo, olho roxo e unha quebrada. Que é pra ninguém dizer que eu não briguei. Estúpida e ridiculamente me abstenho. Finjo que não tô aí. Mas eu tô. Vou guardando os caquinhos como se fosse mais fácil assim. Mas o apego ao passado empaca o presente. Por isso decidi jogar pela janela o que restou do nosso arco-íris. Decidi. Tá decidido. Só que ainda me falta a coragem... Pulando pro palco um segundo de poesia. Coisa mais delícia. Me é certeiro, aquilo das lágrimas e dos sorrisos, de Heráclito e de... como era mesmo o nome? Não é o importante. E dane-se o acerto com o texto. Deu vontade de pintar de novo. E de estudar mais filosofia. E é aí que a porra-da (risos e homenagem à professora-atriz) do teatro acontece. Quando o artista - enfim - consegue bater direto no coração da gente, assim mesmo, sem nem pedir licença. Entra lá e esmaga, pisoteia. E você volta pra casa sem ar. Sem chão. Ou melhor. Triste. Ironicamente sem saber se ri ou se chora. Daí em seguida você se depara com aquelas mesmas mediocrices de antes do espetáculo começar. E percebe que o mundo lá fora continua igual. Será que só você mudou? Naquela mísera fracção de tempo? E aquele segundo mágico - puft! Passou? Sim. Passou! Como o romance da sua vida... Isso. Aquele mesmo. Que durou seis meses. E nada mais. Mesmo. Nada mais a dizer. Só um '- Acorda, Letícia!' É foda.


[Senhor, me dá paciência. Me dá muito amor e uma pontinha de paz. Agora senta cá ao meu lado. Senta?! Fica comigo?! Porque sozinha... Bem, sozinha eu não consigo.]

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